Trajetória esportiva do atleta Higor Melo, do Grêmio Novorizontino, de São Paulo

Higor Augusto de Almeida Melo é natural de Patos de Minas, interior de Minas Gerais; atualmente mora em Novo Horizonte, interior de São Paulo. Filho de Luiz Melo e Viviane Gonçalves, tem 3 irmãos, sendo 2 mais velhos (Pedro e Luiza) e uma mais nova (Alice). O atleta conta que sempre teve paixão por futebol, "meu primeiro presente foi uma bola acompanhada de um uniforme de time, essa paixão foi se tornando ambição e um sonho com o passar do tempo, alimentadas por mim, meu avô já falecido e meu pai, principalmente."

Trajetória: "Comecei a jogar futebol assim que comecei a andar, entrei na escolinha do Vila Esporte Clube aos 6 anos de idade, seguindo os passos do meu Avô e do meu Pai, fiquei no Vila até 14 anos de idade, quando tive uma oportunidade de disputar a Copa Ouro sub 19 (com 15 anos) pelo Lemense de SP, consegui fazer um bom campeonato, apesar da falta de experiência e de idade, acabei chamando a atenção de alguns times do interior de São Paulo e do interior do Paraná, em consenso com minha família (ainda não tinha empresário), decidimos que o melhor caminho a seguir seria para o Assisense de SP, cujo o treinador era o Fabiano Braz, que se tornou um segundo pai pra mim.", relembra

"No assisense, apesar de ser meu ano “ruim”, consegui se destacar e ser o camisa 10 do time em toda trajetória pelo campeonato paulista sub 17 (2017), além de estrear pela equipe profissional pelo Campeonato Paulista B (bêzinha) e fazer jogos pelo sub 20 do time posteriormente, tudo com 16 anos. Após o término do campeonato para nós, surgiram diversas propostas de times consideravelmente fortes de vários estados, a decisão foi difícil, mas optamos por seguir para o Maringá (PR), por dois motivos, o time havia se classificado para as Quartas de Finais do Campeonato Paranaense sub 17, e, o até então treinador do Assisense, Fabiano Braz, havia se transferido para o Maringá para a disputa da reta final do Campeonato Paranaense, foi dele que veio o convite para me juntar ao Maringá. Cheguei na cidade paranaense com expectativas altíssimas em relação ao campeonato, só havia escutado coisas boas sobre o time, sem contar que era comandado pelo melhor treinador que já tinha visto. Dito e feito, passamos pelo Paraná Clube nas quartas, nos pênaltis, bati e converti o primeiro da nossa equipe, e pegamos o Atlético Paranense na semifinal, fomos superados pelo tricolor de Curitiba. Mas foi uma campanha e tanto, entre os 4 melhores do estado. Após o término do campeonato, fui convencido pelo Fabiano a ficar até dia 23 de dezembro, pois teria uma copinha em Santa Catarina, próximo a Florianópolis, do dia 17 ao dia 23 de dezembro, e o Maringá participaria... apesar da saudade da família e dos amigos, e a vontade de sair de férias com aquela sensação de dever cumprido, eu atendi ao pedido do treinador e disputei essa copinha. Consegui fazer um campeonato excelente, sendo o destaque do time, e chamei atenção de 2 empresários (Guga e Karu), e acabei assinando contrato com eles após uma longa conversa. A partir daí minha carreira mudou de patamar, graças aos novos empresários, e é claro, a insistência do Fabiano Braz para eu jogar esse campeonato. Fui para casa, já de contrato assinado, pois eu era emancipado, com passagem paga por eles (Guga e Karu), e de celular novo que me deram, pois o meu tinha quebrado. Finalmente em casa, comentei com meus pais, agora posso descansar pelo menos 1 mês, matar a saudade de todos, e depois voltar com as energias renovadas, o que eu não esperava, era que os meus novos empresários já tinham um projeto para mim, e dia 3 de janeiro, eu já embarcava para Belo Horizonte pra disputa de outro campeonato, representando a soccer trainer de BH, e posteriormente, embarcaria para Florianópolis, onde o Guga e o Karu já haviam alugado um apartamento pra mim na cidade, e marcado treino diário na areia durante a manhã com o Bly, preparador físico e ex jogador, e treino específico durante a tarde, além da academia durante a noite. Num piscar de olhos eu já estava lá, morando sozinho em um apartamento mais de 1500 km longe da minha cidade, tendo que cozinhar, coisa que não sabia fazer, mas não deixei Guga e Karu saberem, (internet serve para isso e aprendi a cozinhar) e andar de a pé numa cidade nova até os locais de treino sozinho. Foi uma das melhores experiências da minha vida, cresci muito como atleta e pessoa, após dois meses com essa rotina, sem falhar nenhum dia, eu estava com um físico invejável, e uma confiança gigantesca." destaca.

Mudanças e crescimento: "No dia 27 de fevereiro de 2018, me apresentei no Criciúma EC, era um teste de 14 dias, no terceiro dia eu estava aprovado. Realmente minha carreira dava uma alavancada ali, gratidão era o sentimento que tomava conta de mim, por tudo que tinha passado até chegar ali, no dia que me disseram que estava aprovado, eu entrei para o banheiro para tomar um banho e chorei, chorei muito, pois já havia passado até fome em alojamento, passado vários perrengues, e estava ali, numa potência de Santa Catarina, com uma estrutura invejável, chorei também de emoção por perceber que realmente as pessoas que estavam do meu lado queriam ver meu crescimento, coisa que é raridade hoje em dia, gratidão pelo apoio de meus pais, meus amigos de verdade, Karu, Guga e meu segundo pai Fabiano me mostrando o caminho certo, a palavra gratidão me definia. Prometi a mim mesmo não entrar em uma zona de conforto, já havia conseguido entrar no clube, agora meu objetivo era ser titular. No primeiro amistoso do ano, entrei no segundo tempo e fiz 2 gols, no segundo amistoso, entrei no segundo tempo novamente e fiz o gol da vitória contra o Tubarão, no terceiro amistoso do ano, eu era o camisa 10 do Criciúma contra o Grêmio, e assim foi até a estreia no campeonato, dia 8 de abril, contra a Chapecoense, com a camisa 10, meu pai havia saído de Patos de Minas só para me acompanhar, tudo pago pelos meus empresários, passava um filme na minha cabeça, não parecia ser real, uma mudança de realidade tão rápida. Fim de jogo, passei o final de semana com meu coroa em Floripa, no domingo ele voltou para Patos e eu pra Criciúma. Fiquei no Criciúma até o meio do ano, onde tive uma proposta do América-MG para disputa da taça BH sub 17 e copa do Brasil sub 17, após sentarmos e conversarmos, eu, meus pais e meus empresários decidimos partir rumo a Belo Horizonte, onde me apresentei no América, talvez não tenha sido a melhor escolha da minha vida, alguns fatores extra-campo impediram minha permanência no time de BH, onde encerrei meu vínculo 3 meses após a minha apresentação. Rescindi o contrato com meus empresários por fatores pessoais, e assinei com outra empresa, RM Sports. Recebi novamente proposta do Maringá para a disputa da terceira fase do Paranense SUB 19, onde só restavam 6 times: Atlético Paranaense, Coritiba, Paraná, Londrina, Operário e Maringá. Aceitei a proposta do meu treinador e amigo Fabiano para disputa da reta final. Até que no jogo contra o Londrina, de titular, consegui fazer um jogo excelente, e, após o término do jogo, recebi proposta do Londrina, lembrando que eu jogava na categoria (98, 99, 00) e eu era 01, conversei com o Fabiano, meus pais e com meus novos empresários (RM Sports) e decidimos partir rumo a Londrina, clube que fiquei o final de 2018 e 2019, um time fortíssimo que ficou entre os 4 em 2018, e fomos campeões paranaense em 2019. Londrina sem dúvidas foi um dos times que mais me adaptei, com uma estrutura fora de série, time fortíssimo e uma comissão técnica de nível altíssimo. É um time que me moldou muito como jogador, lá, talvez, tenha sido onde tive a maior evolução no meu futebol. Novamente por fatores extra-campos, tive o contrato rescindido com o Londrina. No começo de 2020, embarquei paro Rio Grande do Sul, para o igrejinha, onde novamente recebi o convite do Fabiano, que estava no comando da equipe, já era minha quarta passagem sob o comando do Fabiano, ali, bem mais maduro, pronto e rodado, eu passei de jogador a quase auxiliar do Fabiano, estávamos na preparação para disputa do campeonato gaúcho sub 20, quando a pandemia parou o futebol e o mundo, e tivemos que ir para casa de quarentena, durante a pandemia aconteceu muita coisa, por motivos pessoais, novamente, eu rescindi o contrato com a RM Sports, e assinei com a GOA Sports (empresa atual), que pagou os gastos que a RM Sports teve comigo, e apostou em mim, com a volta do futebol aos poucos, fiz um teste no Novorizontino (SP) e passei na primeira semana, clube que estou até hoje e aguardo a normalização das coisas para regressar ao time pra disputa do campeonato paulista sub 20, campeonato brasileiro sub 23 e copa São Paulo de futebol júnior.", conclui.

Higor conta que sobre o que o motiva "minha maior motivação, como a da maioria dos meninos que sonham em ser jogador de futebol, é poder dar uma vida boa para minha família, conforto e luxo para aqueles que sempre lutaram por mim, sobretudo meus pais, e também, acho que a realização do meu sonho seria também a realização do sonho do meu pai, isso me dá mais forças ainda para continuar na caminhada. Como pessoa, eu me espelho no meu pai, no sentido de ser homem, de encarar as dificuldades da vida de frente, de partir para cima do problema, e, em minha mãe, como ser humano, de ser uma pessoa boa de coração. Dentro do futebol, eu tenho vários espelhos: Iniesta, Ozil, Xavi, Busquest, mas acho que meu ídolo máximo é o Ronaldinho Gaúcho.

Sabemos que muitos atletas têm ou já tiveram a experiência de morar em alojamentos, ao ser sanado o atleta aponta "desde os 15 anos de idade eu moro em alojamento, e eu acho que toda pessoa do mundo tinha que ter uma experiência parecida. Te faz crescer como ser humano, você conhece pessoas de todas as classes, pessoas ricas que abdicam do conforto para correr atrás do sonho, pessoas de extrema pobreza que dão a vida para estar ali, pois não tem o que comer em casa, você aprende a dar valor, a dividir, a ser generoso, a entender o lado das pessoas, apesar de ser difícil ficar longe das pessoas que ama, e ficar privado de tudo que as pessoas da sua idade fazem, sou muito grato por ter morado em alojamento. "

Quantos aos objetivos profissionais Higor conta que trabalha incansavelmente todos os dias na busca pelo êxito, "meus objetivos profissionais, acima de todos, são: chegar na seleção brasileira e jogar em um time de ponta da Europa, entendo que treino é jogo, e jogo é guerra, o treino é um reflexo do jogo, essa história de “guardar para o jogo” para mim, é besteira, se você treina bem, você joga bem, sem segredos, me dedico ao máximo em tudo que faço, sei que fácil nunca foi, nunca será, mas irei sempre me empenhar", destaca.

Sobre suas qualidades ele aponta "Minha maior qualidade mental é a persistência, em campo, a visão de jogo e técnica. Meu maior defeito mental é encontrar motivação, estou melhorando isso, estou em constante evolução, sempre tento ouvir mais do que falar, até nas piores críticas conseguimos absorver coisas importantes para nós. Por isso para mim, o trabalho em equipe é deixar de lado a vaidade, ser uma família dentro de campo, se seu parceiro errou, você corre por ele, porque se você errar, ele vai correr por você, unidos temos uma força a mais".

Rotinas e Momentos: "Minha rotina se baseia em treino, alimentação balanceada e muito descanso, que é como o meu amigo Fabiano sempre diz: o descanso é seu melhor treino, nas horas vagas gosto de ler, para abrir minha mente, serve como terapia também; já quanto ao momento mais marcante já vivenciado por mim em minha carreira de ter jogado várias decisões de campeonato, foi quando eu vi a escalação de Criciúma x Grêmio, e eu estava com a camisa 10, porque até pouco tempo, eu estava desacreditado jogando uma copinha em Santa Catarina, de repente eu era o 10 de um time de expressão, para mim esse momento foi de muita glória e entusiasmo". Em relação a incentivo da família eu não tenho nada a reclamar, sempre me apoiaram e muito, sempre foram meus maiores fãs e conselheiros, em todas as circunstâncias".

Dificuldades e Aprendizado: "A transição do sub-20 para o profissional hoje. É a parte mais difícil do futebol, e é o maior desafio que eu enfrento, mas é justamente isso é o que me motiva, e tenho certeza que vai ser só mais um passo dado rumo ao meu objetivo. Em relação ao foco, foi uma coisa que eu tive que trabalhar muito, eu não tinha muito foco, achava que meu talento falava mais alto, “ah, sou talentoso, não preciso esforçar”, o meu treinador Fabiano me ajudou muito nessa questão, não existe sucesso sem trabalho, quanto maior seu foco, maior seu desempenho, graças a Deus hoje eu sei disso. Tenho duas tatuagens com essas frases “Persistência” “Manter-se firme”, porque justamente ambas definem minha trajetória, e com elas aprendi a ser quem sou hoje.

O atleta tem como posição de origem, o meio-campo já atuou como segundo volante e centroavante, "minha posição é o “motor” do time, sou meio campo, acho que a intensidade do jogo quem dita é o meio campo, saber discernir a hora de acelerar e a hora de acalmar o jogo, estar no lugar certo na hora certa, o famoso “correr certo” para não se desgastar a toa, meio campo é uma posição chave no campo, sou autêntico, mas aprendo muito com os mais experientes".

Para concluir o atleta pontua "o futebol é tudo na minha vida, da parte financeira até a parte de felicidade, auto astral, saúde, tudo, não vejo minha vida sem futebol, com toda certeza, foi graças ao futebol que hoje tenho minha independência em todos os segmentos, financeiro, pessoal e profissional, o Barcelona, é o time que mais sonho em jogar, me identifico muito com o estilo de jogo, sei que para chegar lá não vai ser fácil, para isso jamais irei desistir, agradeço a Deus, meus pais, aos empresários que investiram e investem em mim hoje, a minha família e todos os amigos, e batalho para dar orgulho a cada um deles"

Produção: Jornalista Advaldo Filho



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