Superação e Persitência: Confira a trajetória do Atleta Gustavo Fidelis de Indaial (SC)

Ponteiro é o jogador que desempenha esta função atua como um atacante pelos lados do campo, normalmente perto da região do escanteio. Por esse motivo, pode atuar tanto pelo lado direito quanto pelo lado esquerdo, sendo chamados, respectivamente, de ponta-direita e ponta-esquerda.

Gustavo Fidelis, nasceu na cidade de Xanxerê (SC), e atualmente mora em Indaial, também em Santa Catarina. Filho de Rosangela Camargo e Valcir Fidelis. Sempre quis ser jogador de futebol "desde pequeno a única profissão até hoje que me trás felicidade é o futebol, ficar sem Futebol é mesma coisa que ficar sem felicidade.", destaca o atleta que desempenha em campo, a função de ponta-esquerda.

Cronologia Esportiva: "Comecei a jogar aos 3 anos de idade, sempre joguei por amor mesmo, mas a causa de eu buscar saber e entender o que era o futebol, e o que ele poderia me proporcionar, foi graças ao empenho do meu pai. Lembro de ver ele jogar uma única vez, eu via que ele sorria jogando, era totalmente diferente dentro de campo do que fora de campo, ele era feliz. Com isso eu mesmo me perguntei " como uma pessoa consegue ser tão feliz jogando futebol? " Aí lembrei das vezes que eu esquecia meus problemas e dava risada quando jogava, obviamente cheguei a conclusão de que esse era meu caminho e falei para mim mesmo "eu quero sentir a verdadeira felicidade de jogar futebol ". Comecei a treinar com 6 anos de idade entrei para o time da cidade Caxambu do Sul, na época treinava com o professor César Maurício. Ainda fora de forma, tinha vergonha de falar para os outros meu verdadeiro sonho, por medo de que eles me julgassem. Afinal eu cresci em um lugar que era cheio de negatividade, sem contar minha família que veio de uma geração de futebolistas, já tinha uma pressão muito grande. Aos 8 anos de idade comecei a mudar um pouco meu físico, mesmo assim o bullying na escola e o olhar de desprezo e fracasso que minha própria família me olhava aumentava cada vez mais.

Já aos 11 anos meu pai começou a me levar para treinar com ele e meus tios, minhas pernas até hoje são marcadas de chutes e pancadas que eu recebia, eles nunca pegavam leve comigo, queriam me ver desistir, mas eu aguentava. No dia seguinte descontava toda minha raiva e ódio treinando sozinho, e toda essa raiva e ódio em um estalar de dedos se transformava em felicidade. Aos 12 anos disputei a Taça Móveis Léo Sub-14 defendendo Caxambu do Sul. Consegui mostrar um bom desempenho ajudando a ir para final, porém por lesão na semifinal, fiquei fora da final e ficamos em 2°. Mesmo começando a ficar reconhecido, minha família não estava satisfeita, meus pais nunca iam me ver jogar por causa do trabalho, estavam sempre ocupados. Nesse meio tempo um menino chamado Lucas Theodoro começou a dizer na minha cara meus erros e me criticava muito, ele fazia questão de ir treinar comigo para me desafiar em coletivo, sempre levava pancada dele, depois de um tempo eu via que algo não estava fluindo sobre meu futebol, então resolvi buscar uma nova jornada. Certo dia cheguei para meu pai e falei que queria ser jogador de futebol, ele disse " tudo bem, eu te apoio " logo em seguida eu disse que queria entrar para a Chapecoense, obviamente ele riu, eu perguntei o motivo da graça, ele apenas olhou para meu físico, pois, estava fora de forma para jogar em alto nível ainda mais em clube bom."

Inovação : "Tomei a iniciativa e fiz uma aposta com ele, disse para ele me dar 1 ano para mudar completamente meu físico, estilo de jogo, aparência e postura. Ele aceitou e disse que se eu não conseguisse iria para de jogar futebol, aceitei a aposta, durante esse um ano comecei a treinar o dobro do que os outros meninos, comecei a me dedicar mais em jogos/amistosos, mesmo parecendo que ia desmaiar de cansado eu não perdia minha postura dentro de campo/quadra. Quando não tinha treino, todo santo dia eu terminava de comer e a partir das 13:00 ou 15:00 da tarde ia no campo principal da cidade e ficava treinando sempre uma jogada, drible, finalização, corrida etc. Tudo isso até às 19:00 da noite. Com o tempo fui prestando bastante atenção no estilo de jogo dos meus companheiros e adversários, olhava algum drible e aperfeiçoava ele, era bom em reinventar. Se passou 8 meses e eu consegui uma mudança incrível, continuei até completar 1 ano, focado, sempre focado, mesmo com bullying, críticas, nunca abaixei a cabeça. Se passou um ano e completei meus 13 anos de idade e em 2015 com isso consegui entrar para a Chapecoense, cheguei lá na posição centroavante, os treinamentos eram mais insanos, eu olhava os meninos e obviamente ainda era inferior. Meu primeiro professor foi o Eduardo Dos Santos, conhecido como (Dudu) mesmo desejando morrer nos treinamentos, eu comecei a gostar daquela sensação, treinei tanto que me acostumei ao nível deles, se passou 4 meses e veio meu primeiro campeonato defendendo a Chapecoense, a Copa São João do Oeste, pós treino o professor reuniu os meninos e escolheu a dedo quem iria, eu fui um dos selecionados.", relembra.

Competência e êxito: "Um certo dia um garoto começou a me criticar dizendo que eu só era sonhador, que eu não deveria estar ali, não tinha empresário, não joguei em lugar nenhum, não era nada. Eu apenas sorri e agradeci por aquilo, depois de um tempo fiquei sabendo que aquele menino estava a  4 anos lá, e eu fiquei "eu consegui roubar a posição de alguém que estava a mais tempo do que eu, isso não era coincidência, isso era mérito meu, fruto do meu esforço". Fiz bom desempenho na Copa, durante a jornada recebi o apelido de Caxambu ou Caxa pelo próprio professor, sendo assim os meninos começaram a me chamar também. Meu dia a dia era muito corrido, trabalhava de manhã, treinava a tarde e a noite estudava a noite. Em novembro de 2015 fui convidado para jogar no time de Londrina (PR), aceitei e fiquei uma semana lá em teste, joguei um amistoso no primeiro dia, mostrei ótimo desempenho, até o terceiro dia estava tudo ótimo, treinos bons, porém do nada comecei a pegar uma gripe forte, fiquei muito doente, e por conta disso resolvi cair fora. Em 2016 ainda na Chapecoense, também atuava pelo Caxambu da minha cidade, me distanciei de muitas pessoas mas também ganhava novas amizades, porém ainda aquele mesmo menino que me criticava pegava no meu pé. Naquele ano começou o campeonato municipal, joguei o sub 14 e sub 17. Atuei muito bem no primeiro jogo marcando três gols pelo sub 14 e 2 pelo 17, sendo assim em todos os jogos fazia um bom jogo, consegui levar o time do sub 14 para a final e o da sub 17 para a semifinal nos pênaltis empatando fazendo 2 gols. Pela primeira vez na final eu vi meus pais na arquibancada e minha família inteira, obviamente era a chance de provar que era isso que eu queria, ser jogador de futebol, e nada iria me parar. Fiquei campeão pelo sub 14 e artilheiro com 16 gols fazendo 2 na final, no sub 17 disputei o terceiro lugar 3 vencemos, resultado, três medalhas e um troféu em um único dia, no outro dia, esqueci o dia anterior e fui treinar, bola para frente claro, depois disso disputei mais campeonatos. Em 2017 meu professor da chapecoense era outro (Jimmy) treinador do sub 20. Em Caxambu treinando ao máximo, meu professor chegou e disse que dava orgulho de me ver treinar pela minha dedicação. Eu apenas agradeci e voltei a focar, no meu auge quando estava crescendo e ficando reconhecido, sofri uma lesão no joelho, rompendo o menisco e inflamando os ligamentos posterior e exterior. Depois disso as críticas voltaram muito mais pesadas, principalmente de pessoas que eu pensava que podia confiar, sendo assim ouvia muito que já podia desistir, era só mais um tentando, colocaram muita fé em pouca coisa etc. Não dei ouvidos e fui atrás de melhorar, passei por 3 cirurgiões, fui rejeitado pelos 3, todos disseram que era para eu desistir e parar de jogar. Pela primeira vez cheguei em casa e chorei, como eu tinha crescido em um lugar aonde a primeira regra é " quem chora é fraco " fiquei no meu quarto perguntando o porque disso e chorando.  Por 1 segundo uma voz na minha cabeça disse "continue persistindo" parei de chorar e fui atrás de melhorar novamente. Mesmo lesionado nesse meio tempo a FME de São Carlos (SC) me chamou para jogar o regional por eles, como sou fominha aceitei, mesmo com o joelho machucado, joguei bem e mostrei bom desempenho. Depois disso fui atrás de melhorar meu joelho, no quarto cirurgião ele disse que eu tinha  uma possibilidade de voltar a jogar melhor que antes, ele deu a palavra dele, porém a cirurgia ia ser apenas 20% os outros 80% era por minha conta na fisioterapia. Arrisquei e fui para cima, fiz a cirurgia em Coronel Freitas (SC). Depois da cirurgia e pensava que alguém iria me mandar mensagem perguntando como eu estava e tudo mais, mas por incrível que pareça, ninguém mandou, tudo bem eu até entendo que cada um tem seus assuntos a tratar mas... ninguém? Sinceramente a única pessoa que estava ali era minha mãe e Deus. Nesse tempo que estava triste eu percebi a sensação de estar dentro de uma jaula sozinho, sem que absolutamente ninguém estaria ali para me ajudar, sendo assim percebi que nem todos são seus amigos de verdade. Não dei bola, novamente levantei a cabeça e fui para cima, dei alta no mesmo dia as 19H, cheguei em casa, tomei um banho e fui descansar, no outro dia minha avó veio de Xanxerê (SC) me cuidar, estava deitado e ela disse que estava passando o Globo Esporte na TV, como sou um fominha levantei sem perceber que estava sem muleta e andei tranquilamente até a sala, logo em seguida escutei um barulho de prato caindo, e minha avó perguntando se eu estava com muleta, eu olhei e me assustei, disse que não e que estava de boa, ela disse que isso foi um milagre, conseguir andar no segundo dia pós cirurgia. Falamos com o cirurgião ele confirmou que foi um milagre, comecei a fazer fisioterapia, eu sofri muito, sentia muita dor, todo santo dia tentava mexer 1cm da minha perna, depois de um tempo comecei a colocar todo meu peso em cima dela, ficava com medo de trocar de novo, porém novamente aquela voz veio "continue persistindo" não pensei duas vezes que comecei a forçar, os fisioterapeutas olharam e disseram que foi uma das coisas mais impressionantes que eles viram, minha recuperação foi muito rápida."

 Paciência e Foco: "Depois de 6 meses estava de boa, porém tive paciência e esperei 1 ano, na volta ao futebol representei Caxambu jogando regional, fomos campeões, pude demonstrar um ótimo desempenho com a equipe e fui considerado um dos melhores fixos do campeonato. Pós minha volta muitas pessoas começaram a pegar no meu pé me perguntando como eu tinha conseguido isso, não falei uma palavra, fiquei na minha e simplesmente foquei em melhorar, depois da cirurgia tive outra visão sobre a vida, comecei a levar o futebol muito mais a sério, depois de um em 2019 saí da Chapecoense e resolvi recomeçar, quando aquele menino que sempre me criticava soube que em março eu estava indo para Florianópolis fazer teste no Figueirense, ele chegou em mim e disse " Gustavo, saiba que minhas críticas sempre foram para te fazer evoluir, e você evoluiu muito, desde a primeira vez que coloquei meus olhos em você, sabia que tu iria muito longe, basta olhar nos seus olhos, eles vão ver uma chama que nunca será apagada, tá no seu sangue, você nasceu para ser feliz jogando futebol, como admiração e respeito, vou te dar essa chuteira " eu apenas agradeci e disse que ja sabia sobre isso e que ele também tinha meu respeito. Cheguei em Indaial (SC) e recebi a notícia de que o figueira entrou em crise e não teria como eu fazer o teste. Fiquei perdido durante um mês, e então eu entendi que hoje em dia você só é notado se tiver visibilidade nas redes sociais, comecei a usar mais o Instagram, postar meu trabalho, jogadas, fotos, vídeos etc, para ficar mais reconhecido, comecei estudar em uma escola de período integral. Cheguei e fui muito bem recebido, em um jogo a tarde com os meninos mostrei habilidade e alto nível, eles me chamar para jogar para o time da escola deles, joguei o joguinhos, a partir dali começaram a me chamar pelo sobrenome "Fidelis". Gostei e deixei fluir fazendo a única coisa que sei de melhor, jogar futebol. Com isso muitos times me chamaram para jogar torneios e campeonatos, joguei em um dos times principais da cidade, o XV de Indaial sub 20. Não fiquei muito tempo porque estava insatisfeito, depois fui convidado para jogar o municipal sub 17 e adulto, novamente mostrei bom desempenho, ainda insatisfeito conversei com meu pai que eu precisava de algo com mais nível, ele disse para eu ter calma, que tudo ia dar certo, esperei e do nada veio a oportunidade de jogar pela Inter Academy em Blumenau, nesse mesmo tempo outro clube de Indaial me chamou para jogar com eles, depois outro chamado Amazonas de Timbó (SC) também me chamou, resolvi escolher Blumenau, lá conheci o professor Adriano, ex-jogador Profissional que atuava na Itália e agora era técnico da Inter Academy. Fiz amizade muito rápido com ele, ele gostou do meu desempenho e tentou me ajudar ao máximo na minha preparação, nesse tempo no final de 2019 fui convidado para jogar um dos maiores campeonatos da região, Torneio de Verão, aceitei e em 2020 joguei e ajudei minha equipe a chegar até as semifinais, nesse tempo recebi a proposta de jogar no Atlético Batistense sub 20 em São João Batista (SC), não pensei duas vezes e aceitei, não conseguindo terminar o Torneio de Verão. Chegando no Atlético fiquei 4 meses e mostrei bom desempenho também, porém não estava sendo valorizado, mesmo sendo muito mais novo que os demais eu sabia que merecia mais, com isso veio a pandemia e aproveitei para sair, sem time por uma semana, resolvi treinar novamente com o professor Adriano, e lá ele tinha mudado para Juventus Academy, não é um time fixo, porém é ótimo para preparar os meninos, atualmente estou sem clube fixo, mas estou treinando ao máximo e sempre demonstrando alto nível de futebol com tudo que aprendi para conquistar o tão sonhado sonho, que é jogar com os melhores", completa.

Gustavo já desempenhou inúmeras funções em campo, tais como  Centroavante, Meio campo, ponta esquerda, ponta direita. "Atualmente minha função tem a importância de auxiliar o time, devido a ser responsável por ter uma boa visão de jogo, consigo voltar para marcar, consigo ir pro meio e voltar, tenho mais liberdade para driblar, e finalizar de todo ângulo, assim auxilio meus amigos com mais agilidade. O Trabalho em equipe é a ferramenta principal para um ótimo jogo. Temos responsabilidades como nosso time, e se não conseguimos confiar em nossos companheiros, não estamos cumprindo nosso papel. Então sim, é muito importante.", salienta.

Para o atleta suas inspirações vem de Deus, e dele mesmo, quando se refere ao profissional ele destaca "meu jeito de ser dedicado, ousado e líder, me faz lembrar Cristiano Ronaldo, Neymar e Pogba. Sou justo e persistente". Ao falar dos sonhos ele completa almejo passar pelo Grêmio, Santos, Real Madrid, "sei que não será fácil, mas atrelo tudo isso a muita dedicação e superação, treino de manhã, tarde e a noite descanso, visando sempre o melhor resultado encaro os treinamentos como se fosse jogo, tudo o que acontece no treino, acontece no jogo, dou o meu melhor ."

Para Gustavo o momentos mais marcantes vivenciados por ele foi a união da família na arquibancada " para mim a primeira vez que meus pais me viram jogar e fui campeão, artilheiro, troféu, e terceiro lugar com duas categorias. E o outro momento foi minha volta ao futebol sendo campeão no regional. Obviamente todos os momentos que o futebol me proporcionou foram marcantes, mas esses dois foram meus favoritos. Um que eu provei meu valor no futebol e outro que provei que se persistir tu consegue conquistar o mundo. O futebol faz parte de mim, tirar o futebol de mim é mesma coisa que tirar minha felicidade.

Quanto a suas conquistas ele apresenta "Sinceramente é difícil dizer de todas mas vou colocar as que mais me destacaram: Campeão municipal e artilheiro Sub14, 3° lugar sub 17 com penas 14 anos. 3 lugar na Copa São João sub 17 pela Chapecoense mostrando bom desempenho com apenas 15 anos. Campeão regional Sub 17 e considerado um dos melhores fixos do campeonato. 2° lugar nas Duas edições da Taça Móveis Leo sub 15 e 17, mostrando bom desempenho."

Para concluir o atleta pontua "estou apenas no começo de uma grande trajetória em minha vida, obstáculos, enfrentarei todos, para sempre sentir o gostinho da vitória no final, jamais desistam de seus sonhos, pois se você não sabe, pode alcançar coisas inimagináveis, basta querer e fazer por onde conquistar".

 

 

 

 

 

 

 

 
 

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