Conheça a trajetória do atleta Philipe Gerber do XV de Novembro

Philipe Gerber Faria, (17), nasceu em São José dos Campos (SP), atualmente mora em Jaú (SP). O atleta sempre quis ser um jogador de futebol.  "minha motivação diária é meu pai, por tudo que passamos juntos e como ele sonha e acredita que eu vou me tornar um jogador profissional, embora as batalhas sejam grandes, sei que nele posso confiar, ele aqui é o meu suporte".

Ao ser sanado sobre sua principal inspiração em campo o atleta enfatiza: "me espelho dentro de campo no Iniesta, sou apaixonado pelo futebol dele, e fora de campo sigo o exemplo do Cristiano Ronaldo, pelo profissionalismo e pessoa dele.", completa.

Carreira: "O começo da minha história no futebol foi no salão. Meu pai me colocou numa escolinha de futsal chamada Associação em São José, meus primeiros fundamentos foram com os treinadores 'Jorjão' e com o Anderson Biju. Meus pais sempre foram autônomos e nessa época eles conseguiam me manter nas escolinhas por onde eu passava. Enfim, com meus 8 anos de idade, meus pais se separaram. Eu ainda era uma criança, e ficava muito confuso com a situação. Depois da separação, eu fiquei mais com meu pai, ele fazia todas as correrias comigo... Dia, tarde e noite. Também via minha mãe quase todos os dias, pois morávamos perto.", relembra.

Ele ainda acrescenta "joguei futsal até meus 12 anos, depois fui para o futebol de campo em escolinhas. Há um tempo atrás meu pai tinha perdido o empreendimento dele e a situação financeira não estava nada legal. Porém, eu não tinha noção disso, ele não me contava nada e eu não entendia o que estávamos passando. Essa época foi muito difícil! A mensalidade da escolinha era alta, mas meu pai sempre dava seu jeito. Tinha campeonatos muito caros e até os mais baratos ele fazia de tudo para pagar, tinha uniformes, viagens, sem contar que o centro de treinamento era do outro lado da cidade. Tinha treinos que eu não tinha carona para ir, ou jogos que precisava pagar van ou ônibus e ele dava seu jeito. Lembro de um dia que não tínhamos dinheiro para ir ao jogo de ônibus, porque ele tinha colocado comida na nossa mesa. Então fomos a pé até o jogo do outro lado da cidade, mas não conseguimos chegar a tempo. Quem me ajudou muito nesse tempo (e sempre me ajuda), foi a minha tia (Sonia). Quando meu pai não conseguia pagar os campeonatos ou a mensalidade, ela quem pagava. Meu irmão também me ajudou muito e sempre me ajuda. Minha mãe tinha perdido seu empreendimento também. Enfim, ainda nessa época, independente de tudo isso eu era monitorado pelo São Paulo. De três em três meses, eu ficava uma semana no CT de Cotia alojado. Fiquei até meus 14 anos monitorado lá, quando na idade de alojar, fui dispensado. No meio desse ano (2017), fui jogar uma copinha pelo projeto Bola 10 de Caraguatatuba em Matão-SP. Os observadores técnicos do PSTC (Paraná Soccer Technical Center) gostaram e já me levaram aprovado logo após o fim da copinha. Ficava alojado em Londrina-PR. Nessa época eu era sub-14 então só disputávamos a Liga Londrina pela categoria, o Campeonato Paranaense começava no sub-15. Então ia ser um período de preparação para o próximo ano. Mas, como eu estava bem, subi para jogar o Paranaense pelo (2002), em pouco tempo conquistei a titularidade e na semi-final do Campeonato fomos eliminados para o Coritiba. Eu estava muito confiante com boas notícias e logo após o fim da partida, recebi a notícia que ia para o Corinthians já nos próximos dias. Isso foi tudo muito rápido, cheguei em julho e já em novembro estava saindo. Cheguei no Corinthians, foi tudo novo para mim, era tudo do bom e do melhor. Não consegui me adaptar bem, não fui tão aproveitado. Consegui jogar um Campeonato onde perdemos para o São Paulo na final. Logo após uma lesão, recebi a notícia que fui dispensado. Retornei ao PSTC, isso em maio de 2018. Cheguei a tempo do Campeonato, fomos Vice-Campeão Paranaense sub-15, perdemos para o Coritiba na final, fiz minha estreia no profissional com 15 anos e fechou a temporada. Não apareceu nenhuma proposta. Em 2019 retornei ao PSTC, jogamos o Paranaense sub-17, mas saímos na primeira fase, resolvi pedir minha liberação. Me preparei muito ao voltar para São José, e logo no começo de 2020 tive uma oportunidade no Verê Futebol Clube, interior do Paraná.", destaca.

Sobre o cenário atual, ele frisa "motivado, em preparação para o Campeonato Paranaense. Chegou a notícia da COVID-19 e que íamos ter que parar. Continuamos nossa preparação em casa, esperando que voltasse o mais rápido possível. Porém, não. Então peguei minha liberação e continuei minha preparação na pandemia. Tempos difíceis, treinando sozinho, alimentação regrada, nenhuma proposta, nada voltava e seguindo dia após dia! Até, que em novembro de 2020 tive outra oportunidade no XV de Novembro, em Jaú (SP). Novamente motivado, dessa vez em preparação para a Copa São Paulo de Futebol Júnior, chega uma notícia que a Copinha foi cancelada por conta da COVID-19. Retornei e sigo em preparação dia após dia.", frisa.

Sobre a experiência de estar longe da família em alguns períodos ele apresenta " pode se dizer que estou morando em alojamento desde meus 14 anos, nesse contexto todo tive muitas experiências, muito momentos, se eu parar para contar cada uma que já passei dentro, daria para escrever um livro. O processo para ser um jogador de futebol é doloroso, são muitos sacrifícios, e morar longe da família é um deles, pois deixamos o comodismo para irmos em busca dos nossos sonhos, embora seja difícil é algo que recompensa, então sendo assim, continuarei lutando por mim, e por minha família, e todos aqueles que acreditam em mim."

Como todo jogador, Philipe, tem um sonho, "meu maior objetivo hoje é assinar um contrato profissional". Para isso ele investe em sua maior qualidade "investir na disciplina e ter persistência para que possa atingir esse êxito em minha carreira, sei que não é, e nunca será fácil, por isso continuo focado, não podemos parar, pois se pararmos, perdemos nosso rendimento, então estou sempre no gás, na busca pela evolução", conta.

Ele nos apresenta como é dividida sua rotina "hoje, com essa pandemia, o meu roteiro está sendo: Acordar/Treinar/Descansar/Estudar/ 2ºperíodode treino/Dormir. Isso em casa, se eu estivesse alojado seria praticamente o mesmo roteiro, sigo da mesma forma, no entanto, dando meu máximo sempre".

Sabemos que por ser um esporte coletivo, o futebol requer a parceria, o trabalho em equipe, para o atleta é algo muito importante para que haja o resultado concreto "o trabalho em equipe é um grupo de pessoas que trabalham focadas em um só objetivo, sendo assim é primordial que tenhamos um vínculo forte, por isso sempre escuto o que meus parceiros tem a dizer dentro ou fora de campo, escutar e aprender é fundamental para um bom trabalho em equipe".

O incentivo da família acaba sendo também um suporte essencial na busca pelos sonhos, Gerber enfatiza "sempre tive incentivo dos meus familiares, desde meus primeiros toques na bola até hoje, se venço hoje não é só por mim, é por eles, é por todos aqueles que acreditam no meu potencial, e que me dão forças seja com palavras, seja com orações, por eles dou o meu melhor a cada dia.".

Busca pela evolução: "O que eu faço no treino eu faço no jogo, meu resultado do treino é o mesmo do jogo. Se eu treino mal (por preguiça, falta de vontade, etc.), eu jogo mal (não estou preparado). Se eu treino bem (faço o que tem que ser feito e com vontade), eu jogo bem (estou preparado, sei o que tem que ser feito). Sendo assim, considera como meu maior desafio a ser enfrentado eu mesmo. Ser melhor que eu a cada dia! Melhor que ontem e pior que amanhã. Eu aprendi muito com outros jogadores, muito mesmo, no entanto hoje tenho minha própria personalidade, e esse acaba sendo meu principal diferencial em meio a esse cenário".

Sobre sua posição dentro de campo, ele diz "atuo no meio-campo, tenho como principal função armar as jogadas, pifar meus atacantes, chegar no ataque, obediência tática e finalizar a gol. Sou muito focado e determinado. Não é fácil e nem nunca vai ser. Mas tenho um objetivo, cada dia que passa eu aprendo mais nesse mundo do futebol. Acabei criando um hábito de mudanças diárias na minha vida. Quando percebo que algo não está certo eu paro, reflito e mudo. A revolução é constante e diária.

Para concluir, ele declara "o momento mais marcante da minha carreira foi a estreia no profissional do PSTC, quando tinha 15 anos. O futebol na minha vida é uma paixão, eu amo estar ali dentro daquele gramado, fazendo o que eu mais gosto com alegria e amor (não vou mentir que as vezes passo uma raiva também, no entanto faz parte). Hoje eu posso analisar, depois do que já vivi no mundo do futebol e tirar muito aprendizado e a cada dia que passa EVOLUÇÃO. Evoluir sempre; tenho um sonho de jogar no Manchester City (ENG), me imagino um dia no futebol inglês. A batalha é dura, mas a vitória é certa, sigo na busca pelos meus objetivos, na certeza que hora ou outra graças ao meu esforço diário, irei alcançar grandes feitos".

Advaldo Filho

Jornalista

Comentários

  1. Parabéns pela sua determinação, acredito q em breve estará jogando num clube de futebol aqui no Brasil mesmo. Q Deus te abençoe hj e sempre.

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